Todos os anos. no dia 3 de dezembro, o mundo volta sua atenção para a conscientização sobre os perigos dos agrotóxicos e relembramos a catástrofe ocorrida em Bhopal, na Índia, anos atrás. Nesta data, há um forte apelo à reflexão sobre os riscos associados ao uso indiscriminado desses produtos químicos na agricultura e indústria.
Há exatos 39 anos, a cidade de Bhopal foi abalada por um vazamento devastador de gás em uma indústria química, liberando uma nuvem tóxica, com 40 toneladas de uma substância utilizada na fabricação de agrotóxicos, a Isocianato de Metila, que matou mais de 8.000 pessoas nas primeiras 72h do vazamento.

Estima-se que, ao todo, mais de 15.000 pessoas morreram, direta ou indiretamente, como consequência da nuvem tóxica formada pelo vazamento.
Mais de meio milhão de pessoas foram expostas ao gás. Muitas sofreram sequelas e desenvolveram doenças como cegueira, câncer, danos no fígado e nos rins após o contato.
Ambientalistas afirmam que a toxina que vazou ainda contamina as águas subterrâneas e o solo. Ainda hoje, Bhopal tem um alto nível de incidência de crianças com problemas de nascença e deficiência de crescimento, além do número alto de casos de vários tipos de câncer e problemas neurológicos.
Estimular o debate e promover ações que visem práticas sustentáveis na agricultura e na indústria é essencial para evitar tragédias como a de Bhopal.
Enquanto destacamos este dia crucial, é vital entendermos que os agrotóxicos e substâncias químicas usadas na produção industrial podem ter impactos catastróficos, não apenas no ambiente, mas também na saúde humana.
No Brasil, precisa-se discutir seriamente a questão dos agrotóxicos e mudanças no modelo produtivo. Nesse momento, em que o país discute mudanças na legislação dos agrotóxicos, é necessário que se pense na redução do uso de produtos tóxicos, ao invés de flexibilizar/facilitar o uso inconsequente dos mesmos como é proposto no PL do VENENO, incentivando o uso de substâncias prejudiciais a saúde, mais tóxicas e mais cancerígenas.