CURSO DE FORMAÇÃO BÁSICA EM AGROTÓXICOS, AMBIENTE E SAÚDE
Curso ofertado pelo Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador – NEAST, em cooperação técnica com Ministério Público do Trabalho – Procuradoria Regional do Trabalho da 23a Região – Procuradoria do Trabalho no Município de Rondonópolis e parceria com a Prefeitura Municipal de Rondonópolis. O curso tem por objetivo geral capacitar agentes públicos e sociedade civil sobre as relações entre agrotóxicos, ambiente e saúde visando qualificar ações básicas de promoção, proteção, vigilância e atenção à saúde de base territorial. Ele está dividido em duas etapas: uma mediada por tecnologias da informação e comunicação e em ambiente virtual de aprendizagem, da qual participam Profissionais de saúde – notificadores e investigadores de notificações (médicas/os e enfermeiras/os e vigilância epidemiológica, Vigilância sanitária, ambiental e saúde do trabalhador) e operadores do direito (Ministério Público e Defensoria Pública) A segunda etapa, presencial, será ofertada para Agentes comunitárias de saúde e agentes de controle de endemias, bem como turmas abertas à sociedade civil (controle social e sindicatos).
PROMOÇÃO DE TERRITÓRIOS SAUDÁVEIS E SUSTENTÁVEIS NO MATO GROSSO
Este projeto tem como desafio levantar dados e informações sobre a situação da
promoção de territórios saudáveis e sustentáveis no Mato Grosso, o que pressupõe
conhecer e agir, de forma contextualizada, sobre os determinantes sociais da saúde e as
agendas das políticas públicas sociais, buscando organizar e atuar em redes de
governança visando à transformação social a partir das experiências dos movimentos
sociais e das redes sociais locais e de parcerias para a gestão compartilhada de políticas
públicas. Como estratégia de investigação sobre a relação entre o processo de produção
e reprodução social no contexto produtivo do agronegócio mato-grossense serão
avaliados seus efeitos sobre o perfil epidemiológico das populações, partindo da
caracterização dos riscos ocupacionais e socioambientais das cadeias produtivas no
território. Para tanto serão realizadas pesquisas documentais, levantamentos em bancos
de dados de acesso público referentes às informações de cinco regiões econômicas:
Região Centro-Norte (Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso ou Sinop), Região
Noroeste (Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio ou Tangará da Serra),
Região Sudeste (Rondonópolis, Campo Verde e Primavera do Leste), Região Leste
(Querência, Água Boa e Confresa ou Canarana), Região Central (Cuiabá, Santo Antônio
de Leverger, Chapada dos Guimarães ou Poconé). Utilizaremos a abordagem de
formulação construtivista para o problema da contaminação ambiental por agrotóxicos.
Nesta, os dados científicos coletados serão considerados como exigências ambientais e
de saúde e pretende-se estabelecer canais de comunicação com grupos de
trabalhadores(as) expostos(as) para a formulação do problema e encaminhamento das
soluções. O projeto será desenvolvido em 2 estratégias: ESTRATÉGIA 1:
Levantamento de dados e Informações para a análise da Situação de Saúde com enfoque
na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis nas Cadeias Produtivas no Mato
Grosso, iniciando com o estudo na baixada cuiabana. ESTRATÉGIA 2: Levantamento
dos Impactos do agronegócio nos Territórios e Modos de Vida Tradicionais em Mato
Grosso e a promoção da agroecologia como contra-movimento para a saúde e soberania
alimentar para os povos e trabalhadores do campo e da cidade, e desenvolvimento de
SAF-piloto, na baixada cuiabana.
DO CAMPO AO CORPO
Este projeto tem como objetivo avaliar as situações de riscos ocupacionais e
vulnerabilidades socioambientais, suas implicações no processo de saúde-adoecimento
dos(as) trabalhadores(as) e dos povos indígenas, incentivando o uso saudável e
sustentável dos territórios abrangidos pelas cadeias produtivas do algodão em Mato
Grosso.
Nossa análise incidirá sobre: os povos indígenas Myky e Nambikwara; os(as)
trabalhadores(as) da cadeia produtiva do algodão; os(as) trabalhadores(as) da saúde que
atuam nas aldeias; os(as) trabalhadores(as) da saúde que atuam no município de
Sapezal; os(as) representantes de sindicatos de trabalhadores; e os(as) conselheiros(as)
de saúde indígena e municipais de saúde. Os locais de estudo são duas terras indígenas
no oeste do estado de Mato Grosso, pertencentes ao município de Brasnorte e ao
município de Sapezal, respectivamente.
Metodologicamente integraremos técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa
movendo-nos pelo seguinte percurso: 1) Apresentação da proposta aos(às) participantes;
2) Levantamento de informações sobre os territórios; 3) Coletas e análises de amostras
para a detecção de resíduos de agrotóxicos e de metais pesados; 4) Descrição da cadeia
produtiva do algodão; 5) Entrevistas, observação participante e rodas de conversa; 6)
Realização de etnografia da produção tradicional de algodão Myky; 7) Levantamento e
acompanhamento de forma integrada dos indicadores sanitários, sociais, demográficos e
ambientais em suas relações com o modelo de desenvolvimento, os processos
produtivos, o modo de vida e de trabalho, e o processo saúde-doença das populações; e
8) Identificação e incentivo dos usos saudáveis e sustentáveis do território, entre eles a
prática agropecuária e agroindústria de pequena escala/agroecológica/produção
orgânica, na produção alimentar. As consequências benéficas estão relacionadas à
defesa da saúde humana e ambiental, aos subsídios para políticas públicas e
intervenções sobre o uso dos agrotóxicos, e implementação de uma forma de
sensibilizar as empresas, os(as) fazendeiros(as) e as pessoas, possibilitando uma boa
oferta de produtos no mercado que não provoquem risco à saúde da população.